Butterfly*

Simples desabafos...

sexta-feira, agosto 03, 2007

Tu...Quando eu menos esperava

A minha vida seguia sossegada, contendo breves momentos de animação que se seguiam de desilusão. Afinal a minha vida seguia entediante, todas as novas experiências eram para mim demasiado monótonas, para me fazerem acelerar o compasso. Esses momentos de animação não passavam de momentos entediantes que eu queria à força que fossem de adrenalina. Sentia-me oca, nada me despertava o interesse, absolutamente nada! Pensei até que algo de errado se passasse. Absolutamente nada? Não é normal. Era como se agora que eu já não era um actriz passasse a ser um espectador. Daqueles que nem sequer se envolvem muito, que se limitam a ficar ali a assistir aquelas pessoas em cima do palco. Ia ouvindo “não te preocupes quando menos esperares, algo aparecerá”, sim pois, já aparece e depois? NADA! Mas a verdade era uma, era essa, o truque estava em “quando tu menos esperares”, estava eu já pronta para adormecer, quando Tu me ofereceste colo, quando eu só pensava em dormir, eis algo que despertou a minha atenção. Foste um cavalheiro. Já meia em tom de sonho, pois a vontade de dormir era muita e algo me tinha despertado a atenção, Tu começaste a roubar-me alguma da minha monotonia, o compasso descoordenou-se por momentos. Incrível, como no momento em que o que eu mais queria era dormir, existiu momentaneamente uma réstia de adrenalina. Foi o primeiro sinal. E mesmo agora que tens toda a minha atenção, continuas a acelerar o compasso da minha vida. Porque os pequenos sinais que tu me dás, fazem com que anseie por mais um dia contigo, por mais 1 beijo teu, por mais do teu toque, por mais de ti. Embora, tudo o que me dás seja mais que suficiente, pois, Tu foste o ‘algo’ que me faltava e apareceste quando eu menos esperava.

O Fim da Peça

De repente senti a necessidade de terminar com tudo! A única lesada, e para não variar, ia ser eu. Aos poucos tomei a percepção disso. Alguém que se magoa uma vez, volta a fazê-lo quantas vezes lhe apetecer, pois pensa já estar imune a uma segunda. É esta a percepção que eu tenho. Foi algo estranho porque eu não queria fazer isso, mas ao mesmo tempo queria. Não queria por algo que sentia estúpida e constantemente e por ainda não me sentir magoada, mas queria porque pela 1ª vez me sentiria a ter o poder que sempre quis ter, e mais tarde, a sentir-me bem comigo mesma, pois tinha feito algo que deixaria de me magoar. De inicio foi estranho apesar de querer experimentar outras pessoas, outros gostos, que antes não me lembrava existirem, essas pessoas não me diziam assim tanto ao ponto de me fazer interessar. E a vontade de continuar com aqueles jogos psicológicos comigo mesma também me desconcentravam das razões que me levariam a acabar com tudo. Até ao dia do ponto final. Pensei finalmente acabei com tudo isto, agora é só seguir em frente. Que inocência a minha nada se esquece dum momento para o outro. Mas o facto de ter a opção de recusar qualquer convite sabia-me bem. Finalmente eu tinha-me dado o poder da opção de escolha. E assim continuei. De inicio, sentia-me poderosa, mas depois, o poder entediou-me, era a minha teimosia a falar, até chegar ao ponto em que simplesmente era a vontade de acabar com tudo mesmo, definitivamente. Mas… Na minha cabeça e talvez em outros lugares mais, ainda não tinha acabado, toda a minha representação até ali estava a precisar de alguma realidade. Basta! Basta de representação! Deixei cair a máscara, eu, a autêntica, disse todas aquelas falas até escritas nas entrelinhas, e aí sim, senti-me preparada para o que quer que fosse que estivesse por vir. Fui eu, e sim fui verdadeira em tudo o que disse e que fiz, a minha actuação tinha terminado e com o fim desse acto e da peça eu soube, agora acabou tudo! Voltei a ser eu a dona das minhas opções e dos meus sentimentos e consequentemente voltei a ser Eu, coisa que quase nunca tinha conseguido ser, e agora da qual eu não abro mão!.