O entendimento não será o desejado...por isso espero o Chamamento
Admitir o quê afinal? Não há nada para admitir...porque toda a gente o sabe...
E depois de que serviria, para me humilhar talvez, para me voltar a sentir fraca, para ressucitar tudo, até o que aos poucos morre, não posso dizer dentro de mim, porque essa peça por enquanto não faz parte de mim...
Só me traria aquilo que já senti em tempos e que a muito custo fui ultrapassando.
Resta apenas uma última coisa a fazer devolveres-me o que me roubaste ou o que eu te dei...se calhar o último passo é mesmo pedir-te o que em tempos te ofereci.
E depois, mais vale calar aquilo que todos sabem, e que não pronunciam, do que admiti-lo a quem não o compreende.
Não é que não compreende, mas simplesmente não retribui, nem pode retribuir...
Pois há muito tempo que já deu o derradeiro passo o de me pedir aquilo que me tinha dado, se é que alguma vez me pertenceu realmente.
Assim guardo o discurso supostamente final para mim, pois o entendimento se este for proferido não será o desejado, será encarado como estupidez, ou falta de amor-próprio, pois nunca será encarado como um desabafo final , o arrancar dos "por dizer" todos os que me arranham a garganta, mas sim como sinal de fraqueza e humilhação, só porque o entendimento e a reacção não será a desejada por mim.
Porque eu sei que a mim já nada me pertence...
Entretanto a borboleta ocupa o espaço do que ali falta e guarda o discuso final...aquele que só será proferido quando as palavras certas também forem ditas, se forem ditas (o que realmente duvido).
Mas, quando a borboleta levantar voo, eu saberei o caminho a seguir, não é complicado, basta só que alguém a chame com o coração, para que o meu possa voltar para junto de mim.
Entretanto continuo à espera do chamamento...